Muito antes de o bebê pronunciar palavras como “mamãe” ou “papai”, o processo da fala já começa a se desenvolver, por que está ligado à audição e compreensão do que é dito. E é ainda na barriga da mãe, que o bebê já começa a ouvir! A emissão de sons começa nos primeiros meses, mas há um longo caminho entre o primeiro “ahh” e a formação de frases completas. Uma pediatra especialista no assunto tirou nossas dúvidas sobre esse desenvolvimento linguístico.
De forma geral, espera-se que:
– aos 4 meses a criança emita barrulhos com som de “ahh”, “ngah”;
– aos 7 meses forme polissílabos vogais;
– aos 10 meses, sons consonantais como “mama”, “dada”;
– 12 meses: diz uma ou duas palavras além de “mama”, “papa”;
– 15 meses: da nome aos objetos familiares como “bola”;
– 18 meses: fala dez palavras;
– 24 meses: forma frases com 3 palavras (sujeito, verbo e predicado)
Lembre-se: isso não é uma regra – cada criança tem seu tempo de desenvolvimento.
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Será que as meninas falam antes dos meninos?
Não existe uma resposta definitiva para essa pergunta, pois o desenvolvimento da fala pode variar amplamente entre as crianças. No entanto, em média, alguns estudos sugerem que as meninas tendem a falar antes dos meninos. Essa diferença pode ser influenciada por diversos fatores, incluindo fatores biológicos, diferenças nas interações sociais e nas oportunidades de aprendizado linguístico.
Alguns estudos têm indicado que meninas podem apresentar um desenvolvimento da linguagem mais rápido do que os meninos nos primeiros anos de vida. Por exemplo, elas podem adquirir um vocabulário mais extenso e desenvolver habilidades de comunicação mais cedo. No entanto, é importante ressaltar que essas são apenas tendências observadas em média e que existem muitas variações individuais.
É essencial lembrar que o desenvolvimento infantil é altamente complexo e influenciado por uma combinação de fatores genéticos, ambientais e sociais. Portanto, é normal que crianças de ambos os sexos tenham ritmos de desenvolvimento diferentes, e o importante é fornecer um ambiente estimulante e propício para o desenvolvimento da linguagem independentemente do sexo da criança.
Dicas para ajudar a desenvolver vocabulário e pronúncia
A interação mãe-bebê / pai-bebê é essencial para o desenvolvimento do filho. Conversar bastante, introduzindo palavras simples, nomear objetos familiares, cantar músicas e apontar as partes do corpo são algumas dicas. Vale também repetir três vezes a palavra quando a mesma não é pronunciada de forma correta. Aproveite para usar também livros que sejam indicados para a faixa etária. Só fique de olho para não estimular demais, por que isso pode estressar a criança. O processo é progressivo e gradual, não tenha pressa, o importante é respeitar o momento de cada um.
É melhor não reforçar os erros
Se a criança apenas apontar algum objeto que quer ter em mãos, vale perguntar primeiro
“O que você quer?” antes de entregá-lo. Se a criança não responder, tente repetir a pergunta mais duas vezes e, se não obter resposta, fale pelo menos três vezes o nome do objeto antes de entregar. Para não reforçar um errinho, é melhor não repetir a palavra que não foi pronunciada corretamente, por exemplo: “Ok, você quer água?” ao invés de: “Quer gágá ou aga?”. Nem precisa dizer que punir ou achar graça das dificuldades não é produtivo, né?
Ansiedade ou dificuldade de pronunciar palavras?
Por não dominarem um vocabulário rico ou por estarem ansiosas e querendo atenção, as crianças pequenas apresentam com frequência uma dificuldade chamada de disfluência para conseguir dizer tudo que desejam. É bastante diferente da criança com gagueira que luta pra falar e está consciente dessa dificuldade. A gagueira deve ser motivo de preocupação para os pais e, se persistir por seis meses, a avaliação de um fonoaudiólogo é indispensável. É muito importante não chamar a atenção da criança para o problema. Os pais devem dar tempo para a criança expressar-se e jamais terminar por ela a palavra gaguejada, mantendo a calma e sendo orientados pelo profissional especializado.
Tente controlar a ansiedade e não exigir demais da criança para ver resultados mais consistentes. Vale também ler a Caderneta de Saúde da Criança, pois ela não possui apenas as vacinas e os gráficos de crescimento, mas há muitas informações que esclarecem dúvidas comuns entre os pais e que são fundamentais para viver essa fase gostosa aproveitando cada momento.
E se a criança não falar?
Converse sempre com o seu pediatra e expresse esse tipo de preocupação que possa existir. Ele provavelmente indicará um teste para avaliar a capacidade auditiva do bebê e, caso apareça alguma alteração, avaliará as alternativas de tratamento.