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Saiba que tipos de atitudes os adultos podem tomar para acolher as crianças em momentos desafiadores como a quarentena.
Vivemos um momento único na história e estamos todos tentando entender qual a melhor forma de lidar com os nossos sentimentos. Para os pequenos pode ser um momento muito mais difícil, afinal, eles ainda estão criando repertório emocional para lidar com as atividades do dia a dia. Como então criar um ambiente acolhedor para os pequenos em meio a uma pandemia?
Como acolher as crianças e seus sentimentos
Reunimos aqui algumas formas que podem ajudar nas relações com as crianças nesse momento que tanto precisa de empatia.
1 – Estimular a conversa
Nem sempre os pequenos saberão dizer exatamente o que estão sentindo e cabe aos adultos ajudá-los a expressar essas emoções. Não adianta só perguntar se está tudo bem, é preciso ser mais específico com perguntas pontuais que tragam uma reflexão menos automática. “Você está com saudade de alguém?”; “Que nota você daria para o seu dia hoje? Por quê?”; “Como você se sentiu durante a tarde?” são alguns exemplos práticos a serem aplicados.
Se mesmo assim o papo não fluir, tente transformá-lo em uma brincadeira. Você pode pedir para a criança desenhar o próprio coração ou ainda circular expressões que representam o que ela está sentindo no momento. O importante é mostrar-se disposto a ouvir e ajudar.
2 – Acolher todos os sentimentos
Ouça, de verdade, o que a criança tem a dizer. Se naquele dia, ela estiver com medo ou triste, não minimize ou menospreze o sentimento dela. Não interrompa a fala, ao invés disso mostre que está ouvindo com acenos de cabeça ou soltando “aham’s” durante a conversa. Lembre-se que todos os sentimentos são válidos e permitidos, é a forma com a qual lidamos com eles que nos faz melhor.
3 – Ser sincero
Às vezes achamos que precisamos ser fortes o tempo todo na frente dos pequenos, mas mostrar fragilidade é uma ferramenta de conexão poderosa. Compartilhar que você também está com medo ou que você está com saudade de alguém vai abrir espaço para novas conversas. Você pode inclusive usar as perguntas da dica anterior para contar sobre você também, reforçando que aquele é um ambiente seguro.
4 – Valorizar as relações dos pequenos
Assim como nós, as crianças também perderam vínculos sociais. Deixaram de ver os avós, os colegas de escola, os amiguinhos da vizinhança. Use a criatividade para matar a saudade através de encontros virtuais! Os avós podem ler um livro pela câmera, os colegas da escola podem fazer uma festinha online e os amiguinhos do prédio podem brincar de mímica à distância. O que não podemos é esquecer que as crianças estão na fase de aprender a socializar e privá-las dessas relações fere o desenvolvimento individual e emocional delas.
5 – Estimular experiências diferentes
O distanciamento social estimula várias sensações e uma delas é, com certeza, o tédio. Veja essa como uma oportunidade de realizar atividades para as quais você não teria tempo na correria de antes. Proponha desafios mais longos, que exijam paciência e acompanhamento diário. Plante uma horta, monte um quebra-cabeça (ajustando sempre a dificuldade para a idade) ou ainda, crie um jornal caseiro em que seu pequeno conte todas as novidades do dia em uma edição que a família toda preste atenção. Use toda a criatividade e imaginação para criar um ambiente caseiro que estimule a criatividade.
6 – Reforçar o motivo de estarmos em casa
Nos momentos mais difíceis é importante lembrar os pequenos do motivo pelo qual estamos em casa: para cuidarmos uns dos outros. O isolamento social é um ato de carinho ao próximo e de responsabilidade coletiva. Reforçar que logo estaremos juntos e cheios de saúde é uma forma de acolher as crianças e uma ferramenta importante para amenizar a frustração e ansiedade desse momento.
Leia também: Como as histórias ajudam as crianças a lidar com crises?
Dica extra para as famílias!
Cadastre-se para receber atividades que ensinam as crianças a reconhecer os sentimentos e lidar melhor com eles. A família toda vai se envolver com o Jogo dos Sentimentos e o Calendário das Emoções!
Apaixonada por viver e contar histórias, hoje cria as aventuras da Dentro da História. Acredita que os livros são a porta para todos os mundos possíveis e que, quando inseridos na infância, marcam para a vida toda.