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Saiba quais cuidados as famílias e escolas devem tomar com a volta das aulas presenciais, e como orientar as crianças.
Depois de quase um ano longe das escolas, as crianças e adolescentes estão retornando às aulas presenciais em diversos estados do Brasil. A decisão vem sendo discutida há meses, considerando os riscos e benefícios desse movimento.
Especialistas em educação têm apontado que o longo período de afastamento das escolas traz prejuízos socioemocionais e de aprendizagem às crianças e jovens, principalmente entre os mais vulneráveis. Na área de saúde, os especialistas se dividem: parte destaca evidências científicas sobre a segurança do retorno com protocolos sanitários e o baixo risco de infecção entre crianças. Outros, apontam a chance de transmissão maior com o aumento da circulação da comunidade escolar, incluindo professores, funcionários e famílias dos alunos.
Após várias mudanças de acordo com o cenário da pandemia em cada região do país, no mês de fevereiro a volta às aulas presenciais começa a se tornar uma realidade para muitas famílias. Para que isso aconteça de forma a minimizar os riscos, é preciso que as escolas se preparem e, também, que as famílias orientem as crianças sobre os cuidados necessários.
Conversamos com dois especialistas da saúde e da educação que deram dicas importantes para a volta às aulas em segurança. Veja a seguir!
Preparação das escolas para a volta às aulas
As escolas que estão reiniciando as aulas presenciais devem tomar diversas medidas para garantir a segurança dos alunos e dos funcionários. No estado de São Paulo, a regra é fazer um rodízio dos alunos, o que torna necessária a adaptação das escolas para o ensino híbrido, em que parte da sala assiste às aulas presencialmente e o restante por vídeo, revezando os dias da semana.
No Colégio Mary Ward de São Paulo, o retorno às aulas presenciais aconteceu no dia 1º de fevereiro. Seguindo as orientações das Secretarias de Educação e Saúde, a escola estabeleceu um rodízio dos alunos através do número de chamada: uma semana somente os números ímpares participam presencialmente enquanto os números pares assistem às aulas online, e na semana seguinte isso se inverte. Na Educação Infantil, o rodízio não se fez necessário devido ao número pequeno de alunos por salas, o que favorece a criação do vínculo dos alunos com os professores e colegas nessa fase.
Segundo Cleonice Martini, Orientadora Educacional do colégio, a escola realizou cabeamento de internet em todos os blocos e estruturou as salas para realizar o ensino híbrido, com computadores, microfones, câmeras e projetores.
Além do preparo tecnológico, são essenciais as medidas sanitárias. As carteiras devem estar separadas a 2 metros uma da outra, e os alunos devem ter acesso a álcool gel para higienização das mãos. É importante garantir a circulação do ar, mantendo as janelas abertas mesmo que as salas tenham ar condicionado.
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No recreio, nada de aglomerações ou compartilhamento de alimentos. As crianças devem ser orientadas a manter o distanciamento, principalmente enquanto estiverem sem máscaras para comer o lanche.
“Temos orientado os estudantes e seus familiares sobre a importância do não compartilhamento de objetos. Solicitamos que tragam 2 garrafinhas de água, estejam com máscara e tragam uma troca.”, conta Cleonice.
Orientações da família para as crianças
Para a segurança de todos na volta às aulas presenciais, é preciso que toda a comunidade escolar esteja consciente dos cuidados necessários, e as famílias têm um grande papel na orientação das crianças e adolescentes sobre isso.
Meses após o início da pandemia de coronavírus, a maioria dos alunos já está acostumada ao uso das máscaras e ao distanciamento social, mas é importante reforçar esses cuidados com os filhos para que a animação ao rever os amigos não acabe fazendo com que se esqueçam deles.
Na organização do material escolar, é uma boa ideia checar na noite anterior se todos os itens necessários estão na mochila: máscara para troca, saquinho para armazenar a máscara usada, garrafinha de água e demais materiais individuais.
Segundo Eduardo Santana, enfermeiro no Hospital Vera Cruz em Campinas (SP), além de usar máscaras, é importante orientar as crianças sobre como tirá-las sem se contaminar, e armazená-las de forma que não tenha contato com outros objetos. Lembrando, sempre, de lavar as mãos esfregando com sabão por pelo menos 20 segundos, e usando álcool gel para higienizá-las com mais frequência.
“É importante estender a aplicação do álcool gel para outras áreas expostas, como punho e braços, principalmente ao voltar do recreio.”, explica Eduardo.
Principais cuidados na volta às aulas presenciais:
Que tal um checklist? Esses são principais hábitos que deverão fazer parte da rotina escolar e que é preciso reforçar com as crianças na volta às aulas presenciais:
- Uso de máscara, levando máscara reserva e armazenando as máscaras sujas em um lugar adequado.
- Higienização constante das mãos, lavando com sabão e passando álcool gel.
- Manter o distanciamento entre as carteiras e em outros espaços, inclusive no recreio.
- Não compartilhar materiais nem alimentos, levando sua própria garrafa de água e lanchinho.
- Não ir à escola caso haja qualquer sintoma suspeito ou tenha tido contato com alguém infectado.
Com a colaboração entre escola, famílias e alunos, a volta às aulas será mais segura e todos poderão aproveitar os benefícios desse retorno tão esperado.