Conheça 8 professores com ideias inspiradoras

Professora ajudando aluna
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Eles estão entre os professores que venceram o prêmio Educador Nota 10 de 2019 e são exemplos de inovação em sala de aula!

No dia 15 de Outubro comemoramos o Dia do Professor. Esse profissional que marca a vida de todos nós, participando da formação de cada ser humano e fazendo a diferença no mundo através de seu trabalho diário. 

Os professores que acompanham as transformações no mundo e na educação nos últimos anos estão constantemente se reinventando. Cada vez mais, é preciso ser flexível e transitar entre diferentes papéis para proporcionar o melhor aprendizado para os alunos.

O papel do professor hoje

O professor como autoridade e fonte de todo o conhecimento é uma figura que não cabe mais na educação do século XXI. O professor do futuro (e de hoje!) precisa ser um facilitador: prover as condições adequadas para que alunos desenvolvam pensamento crítico e sigam suas próprias linhas de raciocínio. 

Ao mesmo tempo, tem o papel de um mentor, que conheça e motive cada criança individualmente, conectando os aprendizados com suas ambições, valores e objetivos pessoais. E cabe a ele também a função de mediador, que ajuda a ligar os pontos entre diversas disciplinas e conteúdos, facilitando a assimilação dos novos conhecimentos.

Ser um professor hoje é ser protagonista do ensino. É renovar e interagir com os alunos, pois sem isso o processo de aprendizagem não é otimizado. E quanto melhor for o desempenho do educador, melhor será o desempenho do estudante. 

Professores inspiradores e seus projetos

A docência está longe de estar entre as profissões mais valorizadas, e por isso mesmo o Dia do Professor é uma data importante para debater sobre os caminhos da educação e reconhecer o trabalho dos educadores.

Por isso, reunimos os projetos inspiradores de professores vencedores do prêmio Educador Nota 10 de 2019, a maior premiação da educação básica do Brasil. Eles representam os milhares de bons professores e gestores brasileiros, de escolas públicas e privadas, que acreditam e trabalham por uma educação básica de qualidade para todos e todas.

“Histórias das Mulheres em Roraima”

A professora de História do 3º ano do Ensino Médio em Boa Vista, Rutemara Florêncio, desenvolveu com seus alunos o projeto chamado “Histórias das Mulheres em Roraima”. Ela queria que seus alunos vissem as mulheres como protagonistas na construção da História de Roraima e do Brasil. Para isso, ela procurou enfocar nas aulas profissionais em posições de liderança e luta, valorizadas por suas ações e seu trabalho. 

A professora planejou uma sequência didática que incluiu textos do livro “História das Mulheres no Brasil”, de Mary Del Priore, e preparações para captar entrevistas em vídeo. Foram ouvidas 41 mulheres sugeridas pela turma. Os estudantes então organizaram quatro documentários em vídeo e quatro sites contendo histórias das mulheres retratadas no projeto. 

“Um Passeio pelos Tempos Líquidos”

Rodrigo Seixas, professor de Sociologia do 3º ano do Ensino Médio no Rio de Janeiro, desenvolveu o projeto chamado “Um Passeio pelos Tempos Líquidos”. O projeto fez os alunos refletirem sobre problemas, dilemas e desafios do século XXI tendo como ponto de partida o conceito de “modernidade líquida” do sociólogo polonês Zygmunt Baumann. Foram trabalhados os comportamentos e valores da sociedade contemporânea e temas que afetam os jovens, como os amores e as redes sociais. 

O professor utilizou uma metodologia híbrida de ensino, que pedia para os alunos lerem ou assistirem a conteúdos antes da aula. Os grupos se dedicaram a estudar e debater temáticas e explicaram os “tempos líquidos” para toda a comunidade escolar.

“Argument(ação)”

A professora de Língua Portuguesa do 3º ano do Ensino Médio no Rio Grande do Norte, Patrícia Barreto da Silva, teve como foco o protagonismo juvenil. Ela pediu aos alunos dos 3ºs anos que registrassem, com uma foto, um problema social da cidade onde vivem. Percebeu que os jovens falavam dos temas de forma genérica e superficial e por isso planejou estratégias que tinham como foco a argumentação e a produção de um artigo de opinião. 

Por meio de um  jogo criado pela professora, o Argument(ação), as turmas aprenderam diferentes tipos de argumentos e pensaram em soluções para os problemas sociais apontados. Terminada a produção escrita, os alunos prepararam ainda um podcast para divulgar suas ideias.

“Um Sorriso negro, um abraço negro”

Nilma Sladkevicius Castellani, professora de Língua Portuguesa da EJA (Educação de Jovens e Adultos), em Osasco, foi premiada pelo projeto “Um Sorriso negro, um abraço negro”. Nilma percebeu que os estudantes com idades entre 24 e 71 anos, a maioria migrante do Nordeste, traziam em suas histórias de vida a forte presença do preconceito, das diferenças raciais e dos estigmas que surgem a partir deles. 

Em torno desse tema, a professora organizou atividades para manter o interesse de todos e, ao mesmo tempo, gerar momentos potentes para os estudantes lerem e escreverem. A professora propôs a leitura coletiva de biografias de personalidades negras e estimulou a produção de autobiografias, considerando os saberes e possibilidades de cada aluno e aluna. O sucesso do projeto foi tanto que aumentou a procura pela EJA na escola, motivando a abertura de uma segunda turma.

“Agricultura no Brasil”

Mariana Martins Lemes, professora de Geografia do 9º ano, em São Paulo, desenvolveu o tema “Agricultura no Brasil”. O projeto transdisciplinar envolveu as áreas de Ciências, História, Língua Portuguesa e Artes e partiu de uma questão comum: Qual modelo agrário deveria receber mais incentivos do governo federal brasileiro nos próximos anos: o agronegócio ou a agricultura sustentável? 

Em grupos colaborativos definidos pela professora, os alunos foram se mobilizando em torno de atividades envolvendo metodologias ativas e propostas ao longo de um bimestre.. Os avanços na compreensão dos conteúdos e na escrita ficaram evidentes nos cadernos de registro personalizados dos estudantes. Eles formaram uma visão ampliada e crítica dos principais conflitos e desigualdades socioespaciais da agricultura.

“Costurando a Matemática”

Jussara Cristina Vandalen Schmitz, Professora de Matemática do Fundamental 1 em Gaspar, Santa Catarina, criou o projeto “Costurando a Matemática”. O objetivo dele foi ensinar Matemática de maneira contextualizada à realidade do aluno.

Através de um questionário, a professora notou que em 60% das famílias dos alunos havia costureiras. A partir de então, passaram a entrevistar mães e avós em grupos de costura próximos da escola para saber quantas roupas produziam por dia, a média de horas de trabalho, o valor recebido por peça e os gastos com linha e energia, por exemplo. Com os dados coletados, a professora organizou aulas para que a turma aprendesse sobre estatística, medidas, problemas das quatro operações, sistema monetário, porcentagens, frações, entre outros. 

“Os Beatles – seu tempo e sua história”

Arabelle Barbosa Calciolari, rofessora de Língua Estrangeira do 4º ano, em Jundiaí, São Paulo, desenvolveu com os alunos o projeto “Os Beatles – seu tempo e sua história”. Nele, Arabelle colocou em prática a visão de aprendizagem do idioma estrangeiro que prioriza a exposição dos alunos à língua autêntica e viva. 

A professora apresentou aos alunos oito canções da banda, cada uma por meio de um exercício diferente, variando as estratégias. Em seguida, ocorreram conversas sobre o que as crianças entenderam, construindo a compreensão de maneira coletiva. A história de cada composição, informações sobre o contexto das décadas de 1960 e 1970 e o engajamento político que a banda adotou foram acrescentadas por Arabelle e assim a turma entrou em contato com questões como a segregação racial e a guerra do Vietnã.

“Ressignificando as visões sobre o Corpo”

Luiz Gustavo Bonatto Rufino dá aulas de Educação Física no 3º ano do Ensino Fundamental em Paulínia, São Paulo, e percebeu através de uma pesquisa com os alunos que a maioria deles tinha vergonha de seus próprios corpos.

O professor organizou o projeto “Ressignificando as visões sobre o Corpo” para os alunos mudassem suas visões do corpo por meio de experiências significativas na Educação Física. Dividiu o trabalho em três eixos: “Eu, meu corpo e minha história”, explorando possibilidades físicas de cada um em práticas de atletismo, ginástica e circo; “O outro e seu corpo”, com atividades como o delineamento do contorno dos colegas e o uso de pernas de pau em duplas e “O Corpo, suas potencialidades e limitações”. Este último eixo abordou os sentidos, com atividades sem a visão, limitações motoras ou desafios específicos.

Professores e alunos protagonistas

Os professores e os métodos pedagógicos têm papel essencial na transformação dos alunos em cidadãos éticos, críticos e reflexivos. Os exemplos dos educadores acima mostram que, muito mais do que acumular informações, o aluno precisa cada vez mais reconhecer-se em seu contexto histórico e cultural, comunicar-se, ser criativo, crítico, aberto ao novo, colaborativo e responsável.

Desenvolver o protagonismo do aluno significa estimular suas competências para aprender a aprender, saber lidar com a informação cada vez mais abundante na cultura digital, e ser proativo para identificar problemas e buscar soluções. Isso torna o papel dos professores mais desafiante do que nunca. No Dia dos Professores, cabe a nós reconhecer o papel fundamental desses profissionais no futuro do país e das nossas crianças.

Parabéns, professores, e obrigado!

Veja também: Impacto social por meio da leitura e formação de professores

2 comments
    1. Olá, Rutemaria!
      Fico muito feliz por saber que gostou do texto. Para nós da Dentro da História, os professores têm um papel fundamental para que todas as crianças tenham a educação de qualidade com que sonhamos!
      Um abraço da nossa equipe.

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